
As minas de ouro do século XVIII
Ouro Preto é um ateliê a céu aberto. As ruas tortuosas, o casario colonial, as igrejas barrocas, as danças populares, os cheiros e sabores compõem distintos cenários em que a imaginação e contemplação se irmanam em êxtase.
O ar interiorano e de cidade colonial convidam o espírito e o corpo a experimentarem outras sensações. As mesmas ruas por onde andaram personagens históricos como Tiradentes, Tomás Antonio Gonzaga, Mário de Andrade, Manuel Bandeira e tantos outros, são hoje ressignificadas no interminável trânsito de pessoas a subirem e descerem.
Mas a cidade vai além do vai-e-vem das ruas coloniais, é preciso penetrar nas camadas mais profundas da própria terra para extrair daí histórias de outras épocas. Uma visitação a uma mina de ouro faz o espectador viajar nas páginas dos livros de história.
As veias sulcadas no interior da terra nos levam para os lugares onde o ouro era minerado. Ali aprendemos como os negros que foram escravizados em seu território africano dominavam a técnica da exploração há séculos. O lusitano dependia não apenas da força do braço negro, mas da inteligência, foi por isso que aprisionou sua alma numa narrativa de interdição e censura.
MINA DO BIJOCA
Na Mina do Bijoca os tempos históricos se cruzam num jogo de afetividade e memória. Tudo começa quando o Saulo, neto do Sr. Bijoca, resolve revitalizar as bocas das minas que existiam no quintal do seu avô e utilizá-las como fonte de conhecimento sobre a história do período da mineração.
O sr. Francisco, ou melhor, Bijoca, veio para esse espaço na década de 1960 e usava o quintal com as bocas de mina como área verde e repleta de árvores frutíferas. Além de resgatar períodos da história do Brasil contada nos livros, a mina também conta essa história familiar bela que une afetividade e reconhecimento.
A mina data do século XVIII, período da exploração aurífera em que o conhecimento técnico e avançado dos negros escravizados era necessário para buscar o ouro nas entranhas da terra. Com o fim do chamado "ouro de aluvião", a exploração do metal precioso passou a escavar veios no interior da Serra de Ouro Preto, importante porção da Serra do Espinhaço. O passeio na mina permite conhecer melhor os diferentes processos históricos e sociais em torno da mineração.
Dados da mina
Localizada a 650 metros da Praça Tiradentes e a 250 metros da Igreja da Conceição.
3 cavas abertas à visitação
Galerias internas com iluminação
Área verde, jardins e espaço para lanches.
Visita guiada
Loja e lanchonete
Banheiro
Funcionamento de segunda a domingo das 9h às 17h














MINAS DO PALÁCIO VELHO
Assim como nas outras minas de Ouro Preto e região, a exploração no Palácio Velho também ocorreu em meados do século XVIII. A mina permite entender o processo de exploração do ouro através de uma série de técnicas empregadas pelo africano escravizado.
O visitante tem acesso a pelo menos 108m subterrâneos e 80m de galerias que, juntos, ajudam a evidenciar as condições degradantes de trabalho para os homens vindos arrancados de África e, ao mesmo tempo, a genialidade das escavações.
As minas são todas ventiladas e possui uma infraestrutura com escadas que auxiliam o acesso a determinadas partes. No seu interior é possível ver um perceber a profundidade das minas que despertam a curiosidade de saber como era todo processo minerador executado pelo negro escravizado.
Dados da mina
Localizada a 650 metros da Praça Tiradentes e a 200 metros da Igreja da Conceição.
Espaço amplo com córregos
Única mina com queda d'água
Galerias internas com iluminação
Visita guiada
Loja e lanchonete
Banheiro
Funcionamento de segunda a domingo das 9h às 17h











